Anunciada para novembro do corrente ano, a venda da Celg Distribuição é vista pelos técnicos do Governo goiano como a única alternativa possível para o reequilíbrio das contas públicas, cujo déficit já passa de R$ 1,5 bilhão, apenas na conta centralizadora do Estado.
A tal reforma administrativa de Perillo, implantada assim que assumiu o quarto mandato, em janeiro próximo passado, não surtiu efeito e o déficit das contas públicas goianas continuou subindo. Ao final de 2014 o rombo já era de R$ 1,492 bilhão e no primeiro quadrimestre de 2015 somou mais R$ 100 milhões, segundo números da própria Sefaz-Go.
Diante desse quadro, inclusive com temor de que não consiga cumprir a meta fiscal para o ano de 2015, o Governo de Goiás aposta todas as suas fichas na privatização da estatal goiana, cujo controle acionário já pertence a Eletrobrás. A esperança dos tucanos é que o Estado, com a parte que lhe toca na negociação (49%) , consiga arrecadar algo em torno de R$ 4 bilhões, o que, em tese, seria a tábua de salvação do quarto mandato de Marconi de Perillo.
Aos goianos preocupa, entretanto, a gestão temerária desses recursos que serão aportados no caixa do Estado. O tempo tem mostrado que a administração tucana em Goiás é perdulária, ou seja, gasta muito mais do que arrecada. A prova é o aumento significativo da dívida consolidada, que em 15 anos subiu R$ 9,32 bilhões, passando de R$ 8,1 bilhões no ano 2000 para R$ 17,3 bilhões em 2015. Apesar desse aumento bilionário nenhuma obra de relevância, que justificasse tamanha elevação da dívida pública de Goiás, foi entregue aos goianos nesse período.