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Política

Romeu Zema prega supremacia de estados do Sul e Sudeste e coloca em xeque Conselho Federativo proposto na Reforma

O Governador de Minas Gerais disse ao jornal O Estado de São Paulo que o grupo formado pelos sete estados das regiões Sul e Sudeste estão se organizando em busca não só de ganhos na economia, como também do protagonismo político com vistas às eleições de 2026. Fala do mineiro mostra que preocupação do governador de Goiás, Ronaldo Caiado, quanto à criação do Conselho Federativo é absolutamente pertinente

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Governador de Minas Gerais, Romeu Zema defende que estados do Sul e Sudeste dominem Conselho Federativo

Em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo (Estadão), o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), acabou fazendo uma grave revelação e que coloca totalmente em xeque a criação do Conselho Federativo proposto pela Reforma Tributária, matéria já aprovada na Câmara e agora discutida no Senado. De acordo com Zema, os sete estados das regiões Sul e Sudeste estão organizados para buscar, além do protagonismo econômico, o protagonismo político em detrimento dos demais estados da Federação. Na sua fala, o mineiro prega uma espécie de secessão, especialmente em relação à região Nordeste. A ideia, segundo ele, é dominar o Conselho Federativo, órgão criado pela Reforma Tributária, e que será o responsável pela distribuição de recursos arrecadados por todos os estados brasileiros.

“Nós, os sete estados do Sul e Sudeste, já decidimos que além do protagonismo econômico que temos, porque representamos 70% da economia brasileira, nós queremos – que é o que nunca tivemos – protagonismo político. Nós, que representamos 56% dos brasileiros, mas que sempre ficamos cada um por si, olhando só o seu quintal, perdemos. Ficou claro nessa reforma tributária que já começamos a mostrar nosso peso. Eles queriam colocar um conselho federativo com um voto por Estado. Nós falamos, não senhor. Nós queremos proporcional à população”, disse Zema.

A fala do mineiro corrobora a preocupação manifestada pelo governador de Goiás, Ronaldo Caiado (UB), quanto ao funcionamento do malfadado Conselho Federativo, e mostra a pertinência de suas críticas. Segundo a matéria, já aprovada na Câmara, o Conselho Federativo é um órgão previsto na lei da reforma tributária e será responsável pela gestão da arrecadação do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) – tributo que será criado a partir da fusão do ICMS (estadual) e o ISS (municipal). Na prática, o Conselho ficará com a atribuição de distribuir os recursos arrecadados para os estados e municípios.

Para Ronaldo Caiado, que tem se destacado como um dos principais críticos de pontos da Reforma Tributária, a matéria, além de comprometer a autonomia dos entes subnacionais garantida pelo pacto federativo, cláusula pétrea da Constituição, cria o que chamou de excrescência, se referindo ao Conselho Federativo, que teve sua estrutura inicial mudada sem discussão na Câmara. Segundo o texto que foi enviado ao Senado, as deliberações pelo órgão precisarão ser tomadas por no mínimo 60% da população brasileira, o que vai favorecer os estados das duas regiões citadas por Zema, que juntas reúnem 56% da população do país.

“São duas coisas distintas. Um assunto é o problema de você ter um conselho que vai decidir sobre o que você vai receber de dinheiro de parcela por mês. Isso fere a cláusula pétrea da autonomia. O segundo ponto é que foi criado, na última hora, a regra de que para poder aprovar qualquer matéria no Conselho, você tem que ter pelo menos o apoio de quem representa 60% da população brasileira. Isso criou um outro condicionante para nós, porque só o Sul e Sudeste tem mais de 56% da população brasileira”, criticou o governador goiano.

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