A educação goiana foi citada como destaque nacional e modelo a ser replicado pelos demais estados pela metodologia em avaliações de ensino. Em reportagem veiculada no jornal Valor Econômico desta terça-feira (17/10), em que se aborda o trabalho feminino e mais estudo como impulsionadores da renda do brasileiro, Goiás foi apontado por especialistas como um dos três entes federativos que têm os melhores desempenhos na educação, ao lado do Pernambuco e Ceará.
Para a professora Laura Muller Machado, coordenadora do grupo de pesquisas do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper), ouvida pelo Valor, na cartilha para a melhoria da qualidade da educação não há espaço para “balas de prata” e nem “milagres”, por isso mesmo, a replicação de metodologias usadas por estados como Goiás, que se destaca em avaliações de ensino, deveria ser o ponto de partida para melhorar a educação no país.
“O Brasil é muito maravilhoso. Temos estados com desempenho completamente dentro do esperado. É preciso descobrir o que esses estados (Goiás, Ceará e Pernambuco) fazem para replicar para todos, não é? A fórmula inclui ensino de conteúdo, avaliação, reforço, mais avaliação, e com reforço na formação do professor”, disse a pesquisadora.
O estudo do Instituto Mobilidade e Desenvolvimento Social (Imds) usa como referências países como Coreia do Sul e Chile e simula diferentes cenários. Um deles estima que a geração de renda do trabalho para os brasileiros entre 25 e 54 anos poderia ser quase 51% maior, entre outros pré-requisitos, se a escolarização no Brasil mantivesse ritmo observado no país asiático.
A conclusão dos especialistas corrobora o discurso e as práticas adotadas pelo governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), para a área. Ele tem sido enfático ao sustentar que a educação é o único meio de se romper com o ciclo da pobreza, entendimento compartilhado pelo diretor-presidente do Imsd, Paulo Tafner, para quem é urgente a melhoria do nível de escolaridade no Brasil. “Se não investirmos pesado em educação agora, teremos uma mão-de-obra que gera pouca renda. E aí o país não vai ficar rico nunca”, explica Tafner.
Resultados
Os investimentos realizados pelo governo Caiado na educação foram fundamentais para elevar o desempenho escolar em Goiás. No primeiro mandato do atual governador (2019-2022), o Estado investiu cerca de seis vezes mais do que o governo anterior, chegando a R$ 2,6 bilhões aplicados em reforma e aquisição de novas mobílias para as unidades de ensino, na valorização de professores e demais servidores, e na distribuição de uniformes, materiais escolares, bem como de equipamentos eletrônicos que potencializam a qualidade do ensino público estadual. Durante os quatro anos, o governo investiu R$ 1,25 bilhão acima dos 25% da arrecadação exigidos pela Constituição.
Como forma de reduzir a evasão escolar, hoje uma das menores da história do estado, o Governo de Goiás tomou iniciativas como a concessão de bolsas, por meio dos programas Jovem Aprendiz e Bolsa Estudo. Para receber o benefício mensalmente, os estudantes precisam cumprir alguns requisitos, como atingir uma frequência mínima nas aulas.
Citada pelo estudo como requisito para a fórmula de sucesso na educação, a valorização dos servidores da educação goiana mereceu atenção especial do governo do Estado. Ainda em 2021, os salários de todos os professores e servidores administrativos da educação goiana foram reajustados. No mesmo ano, o Governo de Goiás começou a pagar o Auxílio-Aprimoramento Continuado, que destina R$ 500,00 por mês a todos os servidores da Educação para cobrir despesas de cursos, formações e materiais para o desenvolvimento profissional.
Além disso, para valorizar os professores e demais profissionais das escolas de tempo integral, o governo Caiado criou a Gratificação de Dedicação Plena e Integral (GPDI), garantiu o pagamento do Piso Nacional dos Professores, e, pelo terceiro ano seguido, anunciou o pagamento de bônus por resultados para os servidores da rede estadual de educação do estado de Goiás. O benefício adicional equivale a 95% dos vencimentos dos profissionais, em investimentos que chegam a R$ 198 milhões.
