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Política

Ana Paula reafirma compromisso com a manutenção do legado deixado por Iris Rezende

Um dos principais nomes da política goiana, que ao longo de 62 anos de vida pública transformou Goiás e sua capital, Iris Rezende morreu em novembro de 2021 sem nomear um herdeiro político. Para analistas, Iris permanece vivo nas homenagens e nas histórias que continuam sendo contadas sobre o emedebista que se notabilizou como o maior tocador de obras de todos os tempos, e seu legado, sem dúvidas, atravessará gerações

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Ana Paula Rezende: "“Meu pai foi um homem realizado porque o sonho dele era realizar sonhos"

A advogada e empresária Ana Paula Rezende esteve na última segunda-feira (16/10) em mais um evento que homenageou o seu pai, o ex-governador de Goiás e ex-prefeito de Goiânia, Iris Rezende Machado, que em dezembro próximo completaria 90 anos. Em Cristianópolis, cidade natal do emedebista, ao lado do governador Ronaldo Caiado (UB) e do vice, Daniel Vilela (MDB), Ana participou da inauguração do conjunto habitacional que leva o nome de Iris Rezende Machado, uma obra do Governo de Goiás dentro do programa Pra Ter Onde Morar. Foram entregues 50 casas a custo zero para a população da cidade.

A presença de Ana Paula no evento suscitou especulações a respeito da possibilidade da emedebista rever sua decisão de não concorrer à prefeitura de Goiânia no ano que vem pelo MDB, mas a filha de Iris Rezende sustenta que essa questão está superada e que seu objetivo continua sendo a manutenção do legado e da história política do seu pai, reconhecidamente um dos maiores líderes políticos de Goiás.

Ana fez um discurso de agradecimento à prefeita da cidade, Juliana Costa, e ao governador Ronaldo Caiado pela homenagem ao pai. A emedebista lembrou das realizações do ex-governador e ex-prefeito de Goiânia e, mais uma vez, se comprometeu a trabalhar para que a história e o legado de Iris Rezende jamais sejam esquecidos.

“Meu pai foi um homem realizado porque o sonho dele era realizar sonhos. Meu pai fez isso por milhares de famílias e, tenho certeza, que essa história que estão construindo aqui nunca será esquecida”, disse.  Além de participar das homenagens dedicadas ao seu pai, Ana Paula trabalha na finalização do memorial Iris Rezende, que tem previsão de inauguração ainda este ano em Goiânia.

Legado político de Iris

A decisão de Ana Paula Rezende de não disputar a prefeitura de Goiânia em 2024 deixou o MDB goiano órfão de candidato na capital e os iristas sem uma referência política, mas esse fato, no entanto, não é capaz, por si só, de apagar a história daquele que é considerado um dos maiores líderes políticos de Goiás. Iris Rezende Machado, por 62 anos, ajudou a construir Goiás e, principalmente, sua capital, Goiânia. Reconhecido como um dos maiores tocadores de obras da história de Goiás, o emedebista governou o Estado por duas vezes, e Goiânia por quatro mandatos. Estima-se que de tudo que já foi construído na capital pela administração pública, 70% desses empreendimentos sejam obras do emedebista.

O fato de Iris não ter nomeado um herdeiro político não quer dizer que a influência do emedebista na política termine com a sua morte, dizem analistas políticos. Se a desistência de Ana Paula tem força para arrefecer o espólio político, a história se encarrega de dar continuidade ao modelo de gestão pelo qual Iris se notabilizou. A avaliação é que políticos como Iris Rezende deixam legados que atravessam gerações e acabam virando referências para os mais novos. Assim como Pedro Ludovico, que construiu Goiânia, Iris se firma na história goiana como o político que mais fez por Goiás, Goiânia e seu povo. “É a história que o tempo não vai parar de contar”, avaliam.

Em nota divulgada nas suas redes sociais, Ana Paula reivindicou justamente a história do pai para decidir não concorrer à Prefeitura de Goiânia no ano que vem. Segundo Ana, ela precisa construir o seu próprio caminho na política, assim como Iris fez. Para a emedebista, é preciso ter humildade para compreender que a história de Iris Rezende não será superada e que honrar esse legado é tarefa que implica ter o espírito público que seu pai demonstrou durante toda sua vida, sem contudo querer tomar o seu lugar. “Não haverá outro Iris”, diz.

Sem personalismo

Embora o termo surja em alguns momentos, muito mais para criticar a liderança de Iris Rezende, não se observa a ocorrência do que poderia ser chamado de irismo em Goiás, não para caracterizar um personalismo do emedebista enquanto ocupante de cargos públicos. Ao contrário, a longevidade política de Iris Rezende é vista como fruto da sua capacidade de agregar, de respeito aos adversários e de republicanismo no exercício dos mandatos. Iris sempre exerceu uma liderança carismática, foi capaz de protagonizar movimentos que entraram para a história pela dimensão popular e sua importância, como a eleição de 1982 para o governo de Goiás, o comício das Diretas Já, em 1984, e o grande mutirão das mil casas em um único dia, em 1983.

Ao deixar o Paço ao final de 2020, realizado pelo sucesso dos 62 anos de vida pública, e tendo ocupado praticamente todos os cargos eletivos, de vereador a senador, passando por governador de Goiás por dois mandatos e prefeito de Goiânia por quatro vezes, além de ministro da Justiça e ministro da Agricultura, Iris projetava ser apenas um observador da política goiana, e não escondia a empolgação com a excelência da gestão do governador Ronaldo Caiado, de quem havia se aproximado muito desde a campanha de 2014 e com quem mantinha uma sólida amizade.

Num dos seus últimos atos como liderança política de Goiás, Iris trabalhou para recolocar o seu bom e velho MDB como protagonista da política goiana, e o caminho que ele enxergou foi o da aliança com o governador Ronaldo Caiado. O ex-prefeito via no atual chefe do executivo goiano um exemplo de líder e gestor, e pregava que o momento era de consolidação de novas e boas práticas políticas, tudo para o bem de Goiás e seu povo. Dessa forma, construiu com Caiado a vencedora aliança MDB/DEM, então partido do governador, nomeando Daniel Vilela, presidente do MDB goiano, o responsável pela condução da sigla a um futuro de protagonismo na política goiana.

O legado político de Iris Rezende, portanto, estará, se não no todo, pelo menos em parte, representado pelos atores que escalam o topo do poder em Goiás. Líderes como o próprio Daniel Vilela, sucessor de outra grande liderança emedebista, Maguito Vilela, a própria Ana Paula Rezende, que futuramente pode decidir pela política eleitoral, além de outros nomes que já se apresentam e que virão, de forma até natural, se encarregarão de perpetuar o legado político irista, uma vez que sua forma de fazer política, de tratar a coisa pública, é sinônimo de boa gestão, algo indispensável para todos aqueles que pretendam ser reconhecidos como líderes pelo seu povo.

 

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