Embora avaliem que uma pesquisa eleitoral realizada a mais de um ano do pleito mostra-se um retrato pouco confiável para embasar qualquer prognóstico sobre as eleições municipais do ano que vem, que vão ocorrer no dia 6 de outubro de 2024, analistas e comentaristas políticos de Goiás entendem que as últimas pesquisas de intenção de voto para prefeitura de Goiânia trazem elementos que podem ser lidos no presente. Entre os números, apontam como factual a relevante aprovação do governador Ronaldo Caiado em Goiânia, índice que supera 70% em várias pesquisas divulgadas por institutos como Paraná Pesquisas, Direct, Verus e Mais Goiás.
Com base nos números, especialistas avaliam que o governador Ronaldo Caiado será, indiscutivelmente, o principal ‘cabo eleitoral’ a ser disputado pelos pretensos candidatos a prefeito de Goiânia no ano que vem. Não bastasse sua grande aprovação entre os eleitores da capital, as pesquisas apontam que ele tem um alto índice de poder de transferência de votos. Cerca de 65% dos eleitores de Caiado estariam dispostos a votar num candidato indicado por ele. Soma-se a isso o fato de que o governador levaria consigo o apoio da grande maioria de sua base aliada.
Outro nome que desponta com grande apelo eleitoral em Goiânia é o ex-prefeito de Aparecida de Goiânia Gustavo Mendanha. Nesta semana, levantamento de intenção de voto para prefeito de Goiânia, divulgado pelo site de notícias Folha Z, apontou que Mendanha, que está de volta ao MDB depois de quase dois anos, lidera com folga na estimulada, onde aparece como preferido de 28,4% do eleitorado goianiense, praticamente o dobro da segunda colocada, a deputada federal Adriana Accorsi, do PT.
Bem situado nas pesquisas, Gustavo Mendanha não deve reunir condições jurídicas legais para concorrer ao Paço em 2024. Reeleito para o segundo mandato de prefeito da vizinha Aparecida de Goiânia em 2020, Mendanha renunciou em março do ano passado para concorrer ao governo de Goiás, quando foi derrotado por Caiado em primeiro turno. Uma eventual vitória em Goiânia configuraria um terceiro mandato consecutivo de prefeito municipal, o que é vedado pela legislação vigente.
O entendimento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e do próprio Supremo Tribunal Federal (STF) é no sentido de que se torna inelegível para o cargo de prefeito cidadão que já exerceu dois mandatos consecutivos na chefia de executivo municipal, mesmo que pleiteando candidatura em município diferente. Os ministros reconheceram, em 2008, que essa questão constitucional tem repercussão geral.
Diante do impedimento legal, Gustavo Mendanha é celebrado, principalmente pelo MDB, como outro fortíssimo ‘cabo eleitoral’ nas próximas eleições municipais. Não há dúvidas, dizem os especialistas, que o apoio do ex-prefeito terá uma repercussão positiva considerável para aquele que eventualmente tenha sua preferência, principalmente porque, enquanto aliado de Caiado, seu apoio se somará ao do governador.
