Tenho assistido com o coração apertado a uma história de amor que carrega uma tristeza profunda, por ter uma despedida, mas que na essência é intensa, bela e feliz.
A decisão do meu pai de deixar a política mexe com todo mundo, mexe comigo, mexe com a nossa família. O mais bonito: mexe fundo em cada um de maneira diferente, porque cada um tem seu jeito especial de gostar dele. E mexe com ele, claro.
Iris Rezende é um pai dedicado, amoroso, um avô que ensina com o exemplo, um homem público vocacionado, que cumpre, como ele sempre diz, uma missão divina. Sua vida somos nós e são todos os goianienses, goianos, brasileiros. Acompanho meu pai em sua caminhada na vida pública desde muito cedo.
Inevitável viver com ele a intensidade das tomadas decisões que afetam pessoas as mais diversas, que mudam a vida da cidade, do Estado, do País – pensadas e realizadas para reverberar no tempo e no espaço de gerações. Incrível como ele se dedica, como coloca-se inteiro em cada minuto, cada gesto, imbuído da responsabilidade que chama para si com coragem, determinação e imensa bondade.
Meu pai não desliga nunca. Cuida de tanta gente e ainda tem tempo de cuidar da família. Cuida tanto de tantos que só se dá ao trabalho de cuidar de si mesmo para não deixar de cuidar de todos. Assim se faz referência moral, de honradez pública, humana, espelho para os filhos e luz para os netos.
Somos abençoados pelo pai que temos. E sinto que Goiânia e Goiás também se sentem assim, abençoados por terem como filho um homem com a sua grandeza de espírito. Como sempre, estamos apoiando integralmente o que meu pai decidiu. Ele sabe o que faz. Ele é senhor de seu tempo e de sua missão.
Estamos juntos, firmes e fortes no rumo que ele está indicando. Sabemos que o que foi construído está fincado em bases sólidas. Iris é história que se projeta no futuro. As casas erguidas em um só ou em muitos dias; as pontes, viadutos, energia rural, saneamento e asfalto espalhados pelos bairros da capital e municípios do Estado; os incentivos fiscais, os benefícios sociais.
Tudo é vida, fruto de esperança, suor e muito amor. É um privilégio acompanhar meu pai e ver as coisas acontecerem diante dos meus olhos. Sou toda gratidão a Deus e ao povo. Posso dizer, como testemunha que tenho sido de sua vida, que meu pai realizou todos os seus sonhos realizando os sonhos das pessoas.
E ver, neste momento de despedida, tão sinceras e calorosas manifestações de amor puro e espontâneo a ele, me faz a mais feliz das filhas. E sei que meus irmãos também se sentem assim.
Meu pai encerra sua vida pública sendo amado e amando na mesma medida. A vida que corre em suas veias é um veio inesgotável de histórias que ele não para de viver para contar.
Ana Paula de Araújo Rezende Machado Craveiro
