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Política

Anunciado como reforço para conter crise, Jovair Arantes ‘fracassa’ na interlocução e CEI da Comurg é instalada

Nomeado pelo prefeito de Goiânia, Rogério Cruz, com a função de melhorar a interlocução do Paço com a Câmara Municipal, a intervenção do ex-deputado federal, que traz na bagagem seis mandatos no Congresso, acabou aprofundando o desgaste entre executivo e legislativo, cujo auge se dá com a instalação de comissão especial de inquérito para investigar a Comurg

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Ao lado do prefeito Rogério Cruz, o ex-deputado Jovair Arantes assina termo de posse como titular da Secretaria Municipal de Governo

Nomeado para ocupar a Secretaria de Governo da Prefeitura de Goiânia no final de janeiro deste ano, Jovair Arantes (Republicanos), ex-deputado federal com a experiência de seis mandatos no Congresso Nacional, foi anunciado pelo próprio prefeito de Goiânia, Rogério Cruz (Republicanos), como um habilidoso interlocutor para melhorar a relação entre o Paço e a Câmara Municipal. Arantes substituiu o jovem Michel Magul (MDB), naquela que é considerada uma das principais secretarias da administração municipal.

Na prática, as coisas não saíram como o executivo municipal esperava. Contratado como o craque do jogo, logo na sua primeira ida à Câmara Municipal para se reunir com os vereadores, Jovair acabou dando algumas “caneladas” e, ao invés de pacificar, acabou abrindo ainda mais divergências, principalmente junto ao comando da Casa, presidida pelo vereador Romário Policarpo (Patriota), um dos principais críticos da gestão de Rogério Cruz.

Logo após aquela visita que fez ao parlamento municipal, em 08/02, nos bastidores, o sentimento era de que a fala de Jovair Arantes, ao fim da reunião, buscou diminuir o papel dos vereadores e reduzir a importância das críticas que eles vêm fazendo à administração de Rogério Cruz, cuja percepção geral é de inação com os problemas que afligem a cidade. Segundo Jovair, a capital “estava tendo prefeito demais” e que a cidade não pode ter “várias prefeituras, prefeitinhos” no comando da gestão.

Na avaliação de alguns vereadores, apesar do esforço de passarem uma mensagem positiva do encontro, o auxiliar do Paço, ao não citar nomes e nem especificar exatamente o que quis dizer com aquela frase de efeito, acabou reduzindo a preocupação que os vereadores têm com a cidade à uma tentativa de atrapalhar, ou até de usurpar, a gestão de Cruz, dando às críticas dos vereadores um caráter eminentemente pessoal, o que não seria verdade.

Outras reuniões do secretário municipal de Governo com os vereadores aconteceram, mas o experiente articulador não conseguiu estabelecer um armistício, e a crise foi se aprofundando. De críticas veladas do presidente da Câmara ao prefeito da capital, a coisa descambou para denúncias de malversação do dinheiro público e indícios de corrupção na Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg). Como que “declarando guerra” ao Paço, Romário Policarpo acusou a Prefeitura de Goiânia de fazer pagamentos adiantados, supostamente irregulares, à Comurg. Ato contínuo, o vereador Ronilson Reis (PMB) propôs a criação de uma Comissão Especial de Inquérito (CEI) para apurar as irregularidades na companhia.

A instalação da CEI ocorreu na manhã de ontem (15/03) e é vista como uma derrota não só para o Paço, mas, principalmente, para Jovair Arantes, que teria sido convidado a integrar a gestão de Rogério Cruz justamente para evitar que o prefeito enfrentasse tamanho desgaste. Nos bastidores, a avaliação é de que a comissão vem para enterrar toda e qualquer pretensão de Cruz a uma possível reeleição no ano que vem. As acusações que pesam sobre a Comurg e os supostos repasses irregulares de verbas pela Prefeitura, dizem os vereadores, são nitroglicerina pura, capazes de provocarem um estrago de proporções irreversíveis para a já combalida gestão Rogério Cruz.

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