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Política

Debate raso sobre a guerra no Oriente Médio reduz conflito à polarização política no Brasil e acaba fomentando o ódio

Apoiadores de Jair Bolsonaro, principalmente, e também progressistas aqui no Brasil têm usado as redes sociais para manifestar opiniões sem embasamento algum sobre o conflito no Oriente Médio, focando, única e exclusivamente, na polarização política que domina o país. Sem conhecimento dos contextos histórico, religioso e geopolítico que cercam a guerra, os incautos brasileiros acabam alimentando o ódio aos palestinos e o antissemitismo

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Número de mortos na guerra entre Israel e Hamas ultrapassa 5,5 mil. Mais de 4,1 mil palestinos foram mortos

Com a mesma irresponsabilidade que alimenta o discurso de ódio nos debates das questões políticas no Brasil, defensores da extrema-direita e da esquerda brasileira estão usando as redes sociais para difundir opiniões rasas sobre o conflito no Oriente Médio, e, sem conhecimento de causa, defendendo ações que tem contribuído para a morte de milhares de pessoas em Israel e na Palestina, principalmente na Faixa de Gaza. O conflito que atravessa mais de 3 mil anos foi reduzido, no Brasil, à insana polarização direita/esquerda que domina o debate político no país desde 2018, quando Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições, chegou ao poder.

Como verdadeiros militantes, defensores do bolsonarismo adotaram Israel como o mocinho da história, muito embora a coisa seja muito mais complexa do que imaginam os ignorantes de plantão aqui no Brasil. Desde a explosão da guerra, iniciada no último dia 06/10 pelo ataque terrorista do Hamas, grupo extremista que luta contra o domínio israelense na Faixa de Gaza, a extrema-direita tupiniquim tem difundido opiniões de apoio ao estado judeu, atacando quem defende que Israel age com força desproporcional aos ataques sofridos.

Para os bolsonaristas mais radicais, o estado israelense tem todo o direito de se defender, e isso incluiria ataques deliberados à Faixa de Gaza, independente se esses ataques fulminam inocentes, principalmente mulheres e crianças. Até agora, quase 6 mil pessoas perderam a vida no conflito, sendo mais de 4,2 mil do lado palestino e outros 1,6 mil israelenses.

A coisa chegou a tal ponto que os militantes pró Israel comemoraram a derrota da resolução apresentada pelo Brasil no Conselho de Segurança da ONU. O documento, que previa, entre outras determinações, a criação de corredor humanitário para saída de inocentes e entrada de alimentos e água, além do restabelecimento do fornecimento de água, gás e energia para os mais de 2 milhões palestinos que vivem na Faixa de Gaza, teve 12 votos favoráveis, entre os quinze possíveis, mas por conta do veto dos EUA, não foi aprovada. Para os extremistas brasileiros, o que valeu foi a suposta derrota do governo brasileiro na ONU.

Enquanto boa parte do mundo busca saídas para restabelecer a paz na região, radicais aqui no Brasil vibram a cada derrota da diplomacia e justificam as milhares de mortes de palestinos com a retórica insana de que quem começou o conflito foram os terroristas do Hamas. Para quem defende os palestinos, Israel age exatamente como o grupo terrorista, matando indiscriminadamente milhares de inocentes que vivem em Gaza e na Cisjordânia.

Para analistas e colunistas políticos, esses discursos difundidos nas redes, tanto de um lado, quanto de outro, acabam fomentando o ódio aos palestino e, por conseguinte, alimentando o antissemitismo. Especialistas em Oriente Médio têm orientado que as pessoas tenham cuidado quando se aventurarem a dar opiniões sobre o conflito sem o devido conhecimento sobre o que realmente se passa na região. O que deve ser defendido, dizem, são ações que efetivamente evitem mais mortes de inocentes e que caminhem em direção à paz.

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