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Política

Caiado volta a defender que tem coerência política e independência moral para disputar o Planalto

O governador goiano descartou que esteja havendo ruídos na sua relação com o ex-presidente Jair Bolsonaro e lembrou que ser aliado não quer dizer que haja convergência em tudo. “Não sou vaca de presépio para dizer amém. Estou na política para defender as ideias que eu acredito”, frisou

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Em entrevista ao canal UOL, Ronaldo Caiado reforçou sua independência moral e disse que está na política para defender as ideias que ele acredita

Em entrevista ao canal UOL, na tarde desta sexta-feira (08/02), o governador Ronaldo Caiado (UB) reforçou seu desejo de concorrer à Presidência da República e defendeu, mais uma vez, sua independência moral e política para se lançar ao pleito majoritário, que ocorrerá em outubro de 2026. O governador goiano, o mais bem avaliado do Brasil, ressaltou que cada ator da política brasileira tem o seu estilo, e que não tem que copiar modelos.

“Sou um político que sempre tive muita coerência nas minhas posições e muita independência moral. Eu nunca fui cordeirinho e nem tampouco vaca de presépio para dizer amém. Estou na política para defender as ideias que eu acredito, e que modéstia à parte eu venho aí tendo uma oposição política ao PT desde 1986”, lembrou, reivindicando o posto do mais antigo político em atividade que enfrenta o debate ideológico com o PT do presidente Lula.

Caiado descartou, também, que esteja havendo qualquer ruído na sua relação com o ex-presidente Jair Bolsonaro e frisou que ser aliado não implica que você esteja impedido de ter autonomia. Segundo o governador goiano, na política não existe a obrigatoriedade de se convergir em tudo, e que divergir não significa distanciamento.

“Ser aliado politicamente não quer dizer que você esteja engessado na posição que um toma que o outro tenha que tomar. A única discussão que existiu foi exatamente no momento da pandemia. Esse foi um fato que existiu, e todos sabem que eu sou médico. Naquela hora, minha posição foi exatamente na defesa da ciência, da vacina, do isolamento social. A partir daí surge aquela coisa de que tá havendo diferença, não tem apoio, essas coisas. Pelo contrário. Recebi o Bolsonaro por quatro vezes aqui em Goiás, o hospedei no Palácio das Esmeraldas, estive com ele em São Paulo”, explicou.

Sobre uma eventual candidatura ao cargo máximo da República, Caiado lembrou que não é possível fazer política suprimindo etapas. Segundo ele, esse erro ele cometeu lá em 1989, quando concorreu à presidência sem antes cumprir etapas que seriam imprescindíveis para seu amadurecimento político. Para o governador de Goiás, a mudança na executiva do União Brasil, com a ascensão de Antônio Rueda à presidência da legenda, representa a refundação do partido, dando-o, de fato, representatividade para se posicionar quanto às eleições de 2026.

“Não existe uma candidatura apenas porque a pessoa deseja ser candidata. É preciso construir todo o ambiente capaz, em que, chegando ao período das convenções, você tenha estrutura partidária. Eu posso dizer que o União Brasil hoje tomou um novo rumo, um rumo político”, disse Caiado, sustentando que, por sua estrutura – hoje o União Brasil é a terceira maior bancada do Congresso Nacional -, o partido vai lançar um candidato à Presidência da República em 2026.

Em relação ao União Brasil estar fazendo parte do governo Lula, Caiado avalia que o partido age corretamente, já que o objetivo é dar governabilidade, ao assumir os temas que precisam ser alavancados junto ao Congresso Nacional. Para Caiado, dada as peculiaridades de cada região do País, o partido não pode ser intransigente com os políticos que assumiram compromissos com parte do eleitorado em determinadas regiões que apoiaram o presidente Lula.

Federação

Caiado também confirmou que uma possível federação com partidos do centro, a exemplo do PP e Republicanos, está sim no horizonte do União Brasil, ratificando que as conversas estão acontecendo nesse sentido. Para o político goiano, é natural que os partidos de direita se unam numa candidatura de oposição a uma eventual disputa contra à reeleição do presidente Lula, já que, na sua concepção, cerca de 60% da população é conservadora e de direita.

“Não diria que essas conversas estão avançadas, mas elas estão acontecendo. Esse processo de federação tem sido debatido entre os partidos, esse processo embrionário tem sido conversado”, adiantou, avaliando, no entanto, que a tese da federação pode sofrer resistência e não avançar em virtude das políticas regionais.

“Às vezes você tem estados importantes onde os deputados federais, em certas localidades, não comungam dos mesmos ideais e não conseguem absorver uma federação, e então você passa a ter dificuldades para avançar nessa possibilidade”, explicou.

O plano do grupo formado por União Brasil, Republicanos e PP é o de formar uma superfederação, o que seria capaz de construir a maior bancada do Congresso Nacional, com 149 deputados e 17 senadores, além de mais dinheiro para financiar campanhas e do maior tempo de rádio e TV na propaganda eleitoral.

Um dos principais nomes para encabeçar a chapa majoritária do grupo, citado inclusive pela mídia nacional, é justamente o de Ronaldo Caiado (UB). O goiano tem ganhado espaço ao puxar o debate sobre a segurança pública no País, um dos principais gargalos da atual gestão do governo Lula, mas que em Goiás, dado o sucesso da sua administração, tem alavancado a popularidade do governador.

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