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Política

Candidato a prefeito de Goiânia apoiado por Ronaldo Caiado virá muito forte, avaliam cientistas políticos

Doutores em Ciência Política e professores da Universidade Federal de Goiás (UFG), Francisco Mata Machado Tavares e Denise Paiva, entendem que o candidato que contar com o apoio do governador Caiado terá muita força para, ao menos, chegar ao segundo turno das eleições para prefeito da capital

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Doutores em Ciência Política, Francisco Tavares e Denise Paiva, professores da UFG, falam sobre eleições em Goiânia

Em entrevista ao jornalista Jackson Abrão, do jornal O Popular, os doutores em Ciência Política e professores da Universidade Federal de Goiás (UFG), Francisco Mata Machado Tavares e Denise Paiva, avaliam que o governador Ronaldo Caiado (União Brasil), dada a sua grande aprovação popular, terá grande influência sobre a eleição para a prefeitura de Goiânia em outubro próximo. Eles acrescentam, no entanto, que as eleições municipais guardam certa peculiaridade, se distanciando das pautas ideológicas que dominam o cenário nacional e se aproximando de temas locais mais caros à população, como infraestrutura, saúde, educação e assistência social.

Para Tavares, não há dúvidas de que os números das últimas pesquisas, que colocam Ronaldo Caiado como o governador mais bem avaliado do Brasil, embora se refiram ao estado, fazem do governador um apoio muito forte, capaz de levar o candidato da base, no mínimo, ao segundo turno das eleições. “Essas eleições, provavelmente, levarão ao segundo turno um nome da centro-esquerda, que certamente será Adriana Accorsi (PT), e um nome apoiado pelo governador Ronaldo Caiado, que virá muito forte”, avalia.

Denise Paiva, por sua vez, considera que entre os dois possíveis candidatos da base do governador, já cogitados – Bruno Peixoto (União Brasil), presidente da Assembleia Legislativa de Goiás, e Jânio Darrot (MDB), ex-prefeito de Trindade -, Darrot levaria certa vantagem, já que, por sua condição de ex-prefeito por dois mandatos, atenderia às expectativas do eleitorado goianiense.

“O Jânio Darrot, por já ter sido prefeito, tem um algo a mais, porque o eleitorado busca alguém que já tem algum tipo de experiência. O Bruno Peixoto é um parlamentar, é bastante conhecido, é presidente da Alego, mas ele nunca ocupou um cargo executivo. Então, eu entendo que, diante da atual administração da cidade, o eleitor vai querer discutir questões da cidade e buscar isso numa candidatura, vai querer saber o que essas pessoas tem para resolver os problemas da capital”, explicou.

A cientista política avalia que a indefinição do nome da base aliada caiadista pode não ser por acaso. Segundo ela, é possível que o governador Ronaldo Caiado esteja dando o tempo necessário para testar a força política que os pré-candidatos da base têm.

Vanderlan Cardoso

Em relação a uma possível candidatura de  Vanderlan Cardoso (PSD), Francisco Tavares reconhece que o senador é um nome relevante no que diz respeito a processos eleitorais em Goiás e, em especial, em Goiânia. No entanto, diz o cientista político, só haveria viabilidade política do pessedista encabeçar uma chapa para disputar a prefeitura de Goiânia em 2024 se houvesse a anuência do governador Ronaldo Caiado, em apoiá-lo ou não apoiar outro candidato.

“O que eu diria é o seguinte: a viabilidade do Vanderlan, como cabeça de chapa, dependeria de uma sinalização do governador Ronaldo Caiado de que ele, Vanderlan, é o nome do governo, ou pelo menos de que o governo teria mais de um nome e o senador seria uma das prioridades. E isso eu acho pouco provável, porque na base mais vinculada a Ronaldo Caiado tem outros nomes. Então, Caiado teria que dizer que apoia Vanderlan ou dizer que não apoia outro candidato. Isso é possível? Efetivamente sim. É provável? Eu diria que não”, pontuou, completando que seria muito difícil para Vanderlan Cardoso se colocar como cabeça de chapa sem o apoio do governador Ronaldo Caiado.

Extrema Direita

Sobre um possível sucesso na eleição municipal da capital deste ano de uma candidatura da extrema-direita, a princípio representada pelo deputado federal Gustavo Gayer (PL), Tavares avalia que é muito pouco provável que esse tipo de candidatura encontre espaço num eventual segundo turno das eleições municipais. Segundo ele, um ano depois da tentativa de golpe patrocinada pela extrema-direita, já não há tanto espaço para esse discurso anticonstitucionalista, anti-estado democrático de direito, como havia cinco anos atrás.

Além disso, o professor doutor explica que apesar de todo extremismo, todo conservadorismo extremado que se atribui a outras regiões do Estado, na capital isso não reverbera da mesma maneira. Soma-se a isso, diz o especialista, o fato de que a própria direita, uma direita mais institucionalizada, joga com outros nomes, como é o caso da base do governador Ronaldo Caiado.

“Então, eu acho que o Gustavo Gayer é um nome que vai alcançar o seu percentual cativo, mas dificilmente chegaria a um segundo turno nas eleições para prefeito de Goiânia”, pondera.

Na mesma linha, Denise Paiva considera que o deputado federal do PL tem seus adeptos, mas que seria algo mais residual. Na avaliação da cientista política, Gayer teria o apoio de uma parcela do eleitorado, mas não teria estofo para chegar num eventual segundo turno.

Os dois entrevistados concordaram, também, que, desde as últimas eleições que disputou, muitas coisas sobre o passado de Gustavo Gayer vieram a público, fatos que não eram conhecidos e que são informações muito constrangedoras do ponto de vista de quem se coloca como defensor da família e dos bons costumes.

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