Alegando falta de estrutura e relevância do PSDB a nível nacional e estadual, o ex-governador Marconi Perillo estaria cogitando deixar o partido e buscar novas siglas que possam garantir a ele condições de disputar o governo de Goiás mais uma vez. A informação foi dada em primeira mão pela coluna Giro, do jornal O Popular. Segundo a nota, Marconi estaria alegando que o PSDB está enfraquecido e, na sua concepção, corre o risco de ficar ainda mais esvaziado, já que o posicionamento da legenda é de se manter oposição ao governo Lula.
Quatro vezes governador do Estado, Marconi Perillo experimentou a segunda derrota seguida nas urnas, ambas para o mesmo cargo majoritário. Em 2018, depois de deixar o governo em abril daquele ano, o tucano disputou uma cadeira para o Senado Federal, mas foi apenas o 5º mais votado, o que foi considerado um desastre por analistas e políticos locais. Em 2022, novamente Perillo foi derrotado para o mesmo cargo, ficando em 2º lugar na disputa por uma das cadeiras da Câmara Alta.
Ainda em 2018, logo depois do pleito daquele ano, Marconi chegou a ser preso no curso da Operação Cash Delivery, do MPF/GO, ação que investigava uma organização criminosa, que tinha como pressuposto o recebimento de propinas e lavagem de dinheiro de empreiteira, em troca, segundo as denúncias, de facilitação em contratos com o Estado. Depois disso, o tucano se exilou em São Paulo e só retornou a Goiás no início de 2022.
De acordo com a coluna, a descrença de Perillo com o PSDB, partido ao qual é filiado desde 1996, estaria associada ao ressentimento com a postura da sigla nas eleições do ano passado, que não o teria respaldado fora do Estado para fechar aliança com o então candidato a presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que foi o vencedor. Aliados mais próximos teriam dito, também, que Marconi entende que o PSDB está muito desgastado em Goiás e que não teria condições de contribuir na construção de um projeto com vistas às eleições de 2026.
Apesar dos revés políticos, Marconi tem conseguido decisões jurídicas importantes e favoráveis, por isso seus aliados entendem que ele saiu fortalecido das últimas eleições. Em agosto de 2021, o TRE-GO, embora tenha confirmado a condenação do tucano a 1 ano e 8 meses de prisão, acabou reconhecendo a prescrição do crime de caixa 2 nas eleições de 2006. Já em junho de 2022, o ministro Gilmar Mendes, do STF, anulou os atos da Operação Cash Delivery e mandou o processo para a Justiça Eleitoral, que, caso entenda pertinente, deverá reiniciar a ação. A decisão foi comemorada por Marconi, mas ainda há uma série de ações de improbidade administrativa em curso na justiça goiana contra o tucano.