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Eleições 2020

Goiânia: MDB, que ganhou e não levou em 2020, desponta como favorito ao Paço nas eleições de 2024

O partido dirigido em Goiás pelo vice-governador eleito, Daniel Vilela, sofreu dois duros revés em 2021, quando venceu a eleição para a Prefeitura de Goiânia, em novembro de 2020. Primeiro, a morte do eleito Maguito Vilela; depois, a ruptura política com o partido do então vice-prefeito Rogério Cruz. Essa sensação de “injustiçado” permanece no subconsciente do eleitor que votou em Maguito

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O ano de 2021, sem dúvidas, será sempre lembrado em Goiás como o ano das maiores perdas políticas de toda história do Estado. Em janeiro daquele ano, Goiás se despediu de Maguito Vilela, governador, duas vezes prefeito de Aparecida de Goiânia, senador da República e prefeito eleito de Goiânia nas eleições de 2020. Em novembro de 2021, o Estado ficou órfão de Iris Rezende Machado, considerado um dos maiores líderes políticos de Goiás, duas vezes governador, quatro vezes prefeito da capital, senador e ministro de Estado da Agricultura e da Justiça.

Contaminado pelo vírus da Covid-19 em setembro de 2020, em plena campanha eleitoral municipal de disputa pelo Paço, Maguito ficou internado por longos 83 dias e venceu a eleição ainda na UTI do Hospital Albert Einstein, em São Paulo. No dia 13 de janeiro de 2021, logo após a posse dos eleitos na eleição do ano anterior, o emedebista foi vencido pela doença, causando uma grande consternação em Goiás e principalmente em Goiânia. No seu lugar, assumiu definitivamente a Prefeitura de Goiânia o vice eleito, Rogério Cruz, do Republicanos. No início, o próprio Cruz acenava que faria uma administração conjunta com o MDB, priorizando o plano de governo de Maguito, com a promessa de manter os principais auxiliares integrantes da própria equipe do emedebista.

A gestão, digamos, compartilhada, durou pouco. Em abril daquele ano, entendendo ter sido retaliado e preterido na administração de Rogério Cruz, o MDB de Daniel Vilela desembarcou da gestão municipal e aí se inaugurou um novo governo, que estabeleceu uma nova conjuntura política municipal, que mudou a configuração administrativa do Paço e, por conseguinte, a relação com a Câmara Municipal. Dois anos depois, percebe-se que a gestão de Rogério Cruz não deslanchou. A Prefeitura, embora conte com uma robusta disponibilidade de caixa, tem sido incapaz de executar o seu próprio orçamento, e as obras e outros investimentos empacam, causando transtornos e a impressão de incompetência administrativa.

Entre o eleitorado goianiense, é perceptível a decepção com os desdobramentos do que ocorreu a partir das eleições municipais de 2020, e são dois os pontos mais evidentes. O primeiro é que se fosse Maguito Vilela o prefeito, a situação seria outra, sem dúvidas. O segundo ponto, a administração de Rogério Cruz tem deixado a desejar e não dá sinais de que vai melhorar. Nesse ínterim, constata-se que a reeleição do atual prefeito não será uma empreitada fácil.

Por outro lado, há, mesmo que no subconsciente, uma expectativa do eleitorado goianiense quanto a uma nova gestão emedebista na capital, expectativa que se firma no senso de justiça, já que o partido ganhou em 2020 e não levou, e também pelas lembranças das exitosas gestões do partido, sobretudo de Iris e Maguito, em Goiás, em Goiânia e em Aparecida de Goiânia. Tudo isso dá ao MDB a condição de favoritíssimo nas eleições municipais de 2024.

Além dos fortíssimos argumentos que o partido tem a seu favor, o MDB possui uma grande e aguerrida militância que pode, como já provado, especialmente na campanha de 2020, quando Maguito venceu mesmo sem participar fisicamente da campanha, fazer toda diferença num pleito eleitoral. É preciso um nome que una o partido e que acenda a militância. Densidade eleitoral, o partido tem para retornar ao Paço. Há quem diga que o MDB goiano já tem esse nome, e um trabalho de convencimento estaria em curso para que ele (ou seria ela?) aceite o desafio.

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