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Política

Governador do estado líder em Potencial de Mercado, Caiado tem propriedade para criticar Reforma Tributária

Um dos principais críticos de pontos da Reforma Tributária, o governador do 7º estado mais competitivo do Brasil e o 1º no Pilar Potencial de Mercado, segundo ranking do Centro de Liderança Pública, avalia que o texto aprovado na Câmara vai tirar competitividade de Goiás e impedir que o estado continue crescendo acima da média nacional

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Goiás alcançou o melhor resultado no Ranking de Competitividade dos Estados da história. Para Caiado, Reforma Tributária pode atravancar crescimento do estado

Divulgado no último dia 22 de agosto, o Ranking de Competitividade dos Estados 2023 trouxe números alvissareiros para Goiás, um dos estados que mais crescem no país. Governado por Ronaldo Caiado (União Brasil) desde 2019, Goiás avançou duas posições no estudo do Centro de Liderança Pública e chegou à 7ª posição entre os mais competitivos do Brasil. É o melhor resultado da história de Goiás. Em 2019, primeiro ano do primeiro mandato do atual gestor, Goiás era apenas o 13º no ranking. Em 2021 chegou a 10º, em 2022 subiu para 9º e agora avançou para 7ª posição.

Para além da inédita posição alcançada no ranking geral, Goiás aparece no estudo como o estado com o maior Potencial de Mercado entre todas as 27 federações. Este pilar avalia indicadores como volume de crédito, taxa de crescimento do ente federativo e o tamanho do mercado. Nesse indicador, Goiás avançou sete posições em relação ao ano passado. O ranking corrobora estudos do Instituto Mauro Borges, que registrou, em 2022, o maior crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de Goiás nos últimos 12 meses, com aumento de 6,6%. o PIB estadual mais que dobrou a média nacional para o período, que ficou em 2,9%.

Do alto dos excelentes resultados alcançados por Goiás durante os quase cinco anos do seu mandato, Ronaldo Caiado vê-se legitimado e com propriedade de sobra para se opor a pontos do projeto da Reforma Tributária, texto já aprovado na Câmara dos Deputados, e que agora está em discussão no Senado Federal. Para o governador goiano, a reforma, como está, dificulta a concessão de benefícios fiscais que possam atrair novas empresas para os estados do Centro-Oeste, Norte e Nordeste, e que isso terá um grande impacto negativo para essas regiões.

“Eu não posso trazer coisas para o Centro-Oeste se desenvolver? Se o governo federal abre mão de recursos, isso vai para onde? Para os grandes monopólios? Não podemos viabilizar nada para nossas indústrias? Acho que esta discussão está descalibrada”, explica Caiado.

Ronaldo Caiado diz não ter dúvidas de que o texto da Reforma Tributária, se aprovado no Congresso Nacional, vai gerar desequilíbrio econômico e levar ao enfraquecimento da maioria dos estados brasileiros, principalmente de estados como Goiás, que cresce acima da média nacional, porque a matéria, segundo o governador goiano, vai privilegiar apenas os grandes centros consumidores.

“O desenvolvimento vai voltar somente aos grandes eixos do país e nós não seremos mais do que trabalhadores para eles”, sustenta o chefe do Executivo goiano, que critica também o fato de que a Reforma Tributária em discussão desconsidera as desigualdades regionais de um país continental. “Como que a economia do Brasil vai crescer se houver uma tributação no mesmo valor desde Roraima até o Rio Grande do Sul? Para quem serve essa taxa única?”.

Em defesa de Goiás

Caiado sobe ainda mais o tom quando fala sobre a criação do Conselho Federativo, instância máxima dos 26 estados, do Distrito Federal, e do conjunto de municípios, que vai gerir o IBS, união do ICMS e ISS, e cujas deliberações precisarão representar 60% da população brasileira, numa clara intenção de garantir poder aos estados da região Sudeste. Para Caiado, o Conselho fere o pacto federativo e o privilégio a determinada região é uma “aberração”.

“Não é possível que eu, como governador, amanhã venha receber uma mesada de um conselho federativo. Ora, eu tenho o Senado Federal para me representar, e é um conselho federativo que vai dizer a mim o que eu tenho a receber? O que é isso? É o caminho contrário de tudo que se prega desde a promulgação da Constituição”, frisa.

O governador de Goiás sustenta, com muita convicção e de forma incisiva, que sua cruzada contra pontos da Reforma Tributária não tem nenhuma motivação política ou pretensão de se fortalecer politicamente no cenário nacional. De acordo com Caiado, a sua preocupação é única e exclusivamente defender os interesses de Goiás, que, na sua concepção, sairá prejudicado com as medidas aprovadas pela Câmara. Ele lembra que a implementação das mudanças não alcançará o seu governo, já que as novas medidas começarão a valer entre 2029 e 2033.

“Não estou fazendo isso do ponto de vista de fortalecimento político, até porque isso não vai atingir o meu governo. Eu faço essas críticas dentro de uma formação, que é minha, e que ao mesmo tempo cabe a mim, como governador, não lutar apenas pelo meu mandato, mas pelo futuro do meu estado. E conhecedor que sou, modéstia à parte, estudei o texto da reforma tributária, não podia concordar com tudo isso que foi proposto”, explica.

Caiado diz que é incapaz de entender como que as pessoas, principalmente aquelas que moram em Goiás, estejam comemorando a aprovação da Reforma Tributária como está colocada, já que não vê a possibilidade de uma empresa sobreviver no Estado pagando uma tarifa de 30% de imposto, sem a possibilidade de contar com incentivos fiscais.

Ranking de Competitividade

Para alcançar o 7º lugar no Ranking de Competitividade dos Estados, Goiás avançou em pilares como Potencial de Mercado, onde subiu 11 posições em relação ao ano passado; em Infraestrutura subiu 11 posições; Capital Humano avançou 17 posições; Solidez Fiscal ganhou três posições, e em Eficiência da Máquina Pública o estado subiu quatro posições.

O Ranking de Competitividade dos Estados avalia as 27 unidades federativas, a partir de 99 indicadores, distribuídos em dez pilares temáticos considerados fundamentais para a promoção da competitividade e melhoria da gestão pública. O estudo é considerado uma ferramenta de grande relevância, que visa apoiar os líderes públicos brasileiros nas tomadas de decisão, com foco na melhoria da gestão dos seus Estados.

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