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Política

Gilmar Mendes, decano do STF, descarta possibilidade de anistia para golpistas: “incogitável”

Para o ministro, que tem acompanhado o relator Alexandre de Moraes nos votos pela condenação dos golpistas de 8 de janeiro, “parece inequívoca” a participação do ex-presidente Jair Bolsonaro nas articulações golpistas para anular o resultado das eleições de 2022

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Gilmar Mendes, ministro do STF, diz que não se cogita anistia para quem tentou dar um golpe de estado no Brasil

 

Em entrevista ao jornalista Mário Vitor Santos, da TV 247, o ministro Gilmar Mendes, o mais antigo do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou que os depoimentos prestados pelos ex-comandantes Marco Antônio Freire Gomes (Exército) e Carlos Baptista Júnior (Aeronáutica) confirmam as suspeitas de que Bolsonaro tinha “intentos golpistas”.

“Estamos diante de uma investigação consistente e que tira toda aquela ideia de que estamos a fazer dedução ou que estamos a fazer ilações sobre a responsabilidade por todos esses fatos lamentáveis”, afirmou.

Gilmar Mendes também comentou o plano que teria sido articulado por aliados do ex-presidente para prender o ministro Alexandre de Moraes: “É uma coisa, realmente, chocante”.

O ministro chamou o plano golpista de “mequetrefe”. “Texto de baixa qualidade dizendo que estão operando nas quatro linhas.”

Já o ex-ministro da Defesa do governo Bolsonaro, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, é suspeito de liderar uma campanha de ataques às urnas e ao TSE. Em uma reunião ministerial em julho de 2022, ele classificou o Tribunal Superior Eleitoral como “inimigo” e assumiu que instrumentalizou as Forças Armadas para questionar a condução do processo eleitoral. Nogueira seria ouvido pela PF no mês passado, mas ficou em silêncio no depoimento.

“Todos estavam convencidos de que não havia fraude, mas ‘vamos inventar a fraude da urna’”, criticou Gilmar.

O ministro do STF também descarta a possibilidade de anistia para os investigados por atos e articulações golpistas: “Isso tem que ser claramente repudiado. É incogitável.”

Futuro

Na avaliação do decano, daqui para frente é preciso criar instrumentos para evitar a militarização da política. Ele rechaça, por exemplo, a interpretação de que o artigo 142 do texto constitucional permite a intervenção das Forças Armadas como um Poder Moderador. “A hermenêutica da baioneta não cabe na Constituição.”

“Estivemos muito próximos, se não de um golpe, de uma quartelada, vamos chamar assim, porque eu imagino, considerando a força da institucionalidade do Brasil, a complexidade da nossa sociedade, que não é tão fácil hoje reunir um grupo de soldados e dar um golpe. Até é possível invadir palácios, como nós vimos no 8 de Janeiro, mas paga-se um preço por esse tipo de opção.”

Com informações do Blog do Fausto Macedo, publicado no Estadão

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