Em pronunciamento durante a cerimônia de Abertura do Ano Judiciário, na sede do Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), lembrou que as instituições brasileiras saíram fortalecidas da tentativa de golpe empreendida por bolsonaristas, cujo ápice foi o ataque aos prédios dos Três Poderes, no dia 8 de janeiro do ano passado.
“Diziam que para fechar o STF bastariam um cabo e um soldado. Pois vieram milhares de golpistas armados de paus, pedras, barras de ferro e muito ódio. E não fecharam nem o Supremo, nem o Congresso, nem a Presidência da República. Pelo contrário. As instituições e a própria democracia saíram fortalecidas da tentativa de golpe”, frisou Lula.
No seu discurso, Lula se solidarizou com os integrantes do STF e seus servidores, os quais, de acordo com o presidente, sentiram na pele o peso do ódio que se abateu sobre o Brasil nesses últimos anos. “Vocês sofreram perseguições, ofensas, campanhas de difamação e até mesmo ameaças de morte, inclusive contra seus familiares”, lembrou o petista.
Lula fez uma enfática defesa da democracia e disse que os democratas brasileiros não podem perder de vista a importância da independência do judiciário. “A relação entre os Três Poderes deve ser pautada pelo equilíbrio. O sistema de freios e contrapesos foi criado para que nenhum Poder se sobreponha a outro”, pontuou.
O petista falou dos avanços do seu governo na área da segurança pública e defendeu a necessidade de, a fim de garantir a verdadeira liberdade de expressão, combater os discursos de ódio contra adversários e grupos minoritários historicamente vítimas de preconceito e discriminação.
“É preciso desmantelar a criminosa máquina de fake news, que durante a pandemia espalhou suspeitas infundadas sobre as vacinas, causando a morte de centenas de milhares de brasileiros e brasileiras. É preciso criminalizar aqueles que incitam a violência nas redes sociais. Mas é também necessário responsabilizar as empresas pelos crimes que são cometidos em suas plataformas – a exemplo de pedofilia, incentivo a massacres nas escolas, e estímulo à automutilação de adolescentes e crianças”, defendeu.
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