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Política

Contas do 5º bimestre/2022 apontam que Paço investiu R$ 105 milhões abaixo do mínimo constitucional em Educação

Relatório Resumido da Execução Orçamentária (RREO), referente ao 5º bimestre de 2022, foi divulgado pela própria Prefeitura de Goiânia no Diário Oficial do Município no último dia 30 de novembro. Os investimentos em Manutenção e Desenvolvimento do Ensino (MDE), que deveriam, por força constitucional, ser de 25% da receita com impostos, alcançaram apenas 22,12%

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Paço Municipal, sede da Prefeitura de Goiânia. Investimentos em educação do município estão abaixo do mínimo constitucional

Divulgado no último dia 30 de novembro no Diário Oficial do Município, o Relatório Resumido da Execução Orçamentária da Prefeitura de Goiânia aponta que os investimentos em Educação na capital goiana estão abaixo do mínimo constitucional exigido. De acordo com o artigo 212 da Constituição Federal, os municípios devem aplicar anualmente 25% da receita resultante de impostos na manutenção e desenvolvimento do ensino. O não cumprimento desse índice pode resultar em crime de improbidade administrativa.

Pelos números divulgados pelo Paço, até o fim do 5º bimestre de 2022, portanto até outubro, teriam sido aplicados para cumprimento da exigência constitucional apenas 22,12% dos recursos arrecadados com impostos, quase R$ 106 milhões a menos do que o exigido. Segundo o próprio relatório da Prefeitura de Goiânia, a receita com impostos somou R$ 3,68 bilhões no período e, portanto, deveriam ter sido aplicados pouco mais de R$ 920 milhões, mas até o fim do biênio o Paço teria investido R$ R$ 814,3 milhões em manutenção e desenvolvimento do ensino.

Contribuiu para que o índice da educação ficasse ainda mais abaixo do mínimo constitucional o fato do Paço ter feito o cancelamento de R$ 45,7 milhões em empenhos inscritos em restos a pagar com disponibilidade financeira de recursos de impostos vinculados à educação. Outro fato que chama a atenção é que não faltou dinheiro para que o ente público fizesse os investimentos necessários para alcançar o cumprimento da meta, já que o mesmo relatório divulgado aponta que a Prefeitura de Goiânia tem uma disponibilidade de caixa líquida de R$ 1,7 bilhão.

A Prefeitura tem até o final de dezembro para atingir a meta constitucional de investimentos em educação, mas terá que aportar na rubrica manutenção e desenvolvimento do ensino, além dos R$ 106 milhões negligenciados até outubro, os outros 25% da receita com impostos aferidos entre novembro e dezembro.

Segundo especialistas ouvidos pelo Blog, o descompasso nos investimentos obrigatórios, com a meta sendo descumprida no adiantado do 5º bimestre, sugere falta de planejamento e dificuldades para execução do orçamento destinado à educação, o que, inevitavelmente, pode prejudicar os maiores interessados, que são os alunos da rede pública municipal de ensino.

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