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Política

Derrota em nova eleição para o Senado pode enterrar futuro político de Perillo

Ex-governador por quatro mandatos, Marconi Perillo (PSDB) decidiu que vai concorrer ao Senado nas eleições de outubro próximo. Antes, havia cogitado a disputa para o governo, mas, por falta de alianças, entendeu que não teria estrutura política para projeto dessa envergadura. O tucano foi apenas o 5º colocado nas últimas eleições para o Senado em Goiás

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Depois de idas e vindas e de anunciar em evento do PSDB que seria candidato ao governo de Goiás nas eleições de outubro próximo, o ex-governador Marconi Perillo decidiu que vai disputar a vaga no Senado Federal. O tucano lançará candidatura isolada, sem coligação com chapa majoritária para o governo. A decisão foi anunciada durante convenção do PSDB goiano, na manhã desta sexta-feira (05/08).

No dia 16 de julho próximo passado, Marconi Perillo reuniu partidários em evento no Clube Jaó, em Goiânia, onde anunciou que seria candidato ao governo de Goiás e, desde então, passou a buscar alianças com partidos mais ligados à esquerda em Goiás. O tucano chegou a conversar com a cúpula petista, numa tentativa de encabeçar uma chapa majoritária com PT e PSB, mas a aliança não prosperou.

Nas eleições de 2018, Perillo foi apenas o 5º colocado na disputa para o Senado, atrás de Vanderlan Cardoso, hoje no PSD; de Jorge Kajuru (Podemos);  de Wilder Morais, que é candidato ao Senado pelo PL, e de Lúcia Vânia, à época no mesmo PSDB de Marconi. Pouco mais de uma semana depois daquelas eleições, o tucano chegou a ser preso no curso da Operação Cash Delivery, do MPF/GO, que apurava suspeitas de recebimento de propina pelo tucano quando ele ainda governava o Estado. Depois daquele episódio, Marconi se “exilou” em São Paulo, de onde retornou para  retomar sua atividade política em Goiás no início deste ano.

Para analistas, o retorno de Marconi Perillo, anunciando que seria candidato ao governo de Goiás, parecia uma boa estratégia com vistas ao futuro político do tucano. Segundo esses especialistas, a pretensão de Marconi não era exatamente vencer as eleições majoritárias de 2022, mas conseguir polarizar com o atual governador e “expurgar”, ao máximo, os supostos “pecados” e diminuir sua rejeição, visando, sobretudo, as eleições de 2026, quando aí sim disputaria com reais possibilidades de vencer o pleito. Mas isso só ocorreria se a disputa fosse para governador e ele conseguisse se firmar como protagonista da oposição, superando o candidato do Patriota, Gustavo Mendanha.

Sua decisão de se lançar ao Senado, no entanto, de acordo com esses mesmos analistas, não deixa margem para o futuro, caso ele sofra novo revés nas eleições para a Câmara Alta. É que, dizem, uma nova derrota de Marconi para o Senado praticamente enterra suas pretensões majoritárias para as próximas eleições, uma vez que será a segunda derrota consecutiva para o mesmo cargo, uma clara prova de que o eleitorado rompeu definitivamente com o tucano. A disputa para o Senado, avaliam, não dará o palanque necessário para que Perillo possa polarizar com Ronaldo Caiado, atual governador e líder nas pesquisas, o que acaba esvaziando a candidatura do tucano.

“É uma aposta de risco que o tucano está fazendo. Para uma disputa majoritária, sua rejeição ainda é muito alta. Só teria sentido se ele tivesse um palanque onde pudesse “expurgar” sua rejeição, contando a sua versão dos fatos. Na condição de candidato ao Senado, ele não terá essa arena. Se não ganhar a eleição, praticamente antecipa sua aposentadoria da vida pública, porque, dificilmente, chegará a 2026 com chances de disputar outra eleição majoritária em Goiás”, avalia um analista ouvido pelo Blog.

 

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