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Política

Caiado diz que União Brasil terá candidato próprio a presidente da República em 2026

Segundo o governador goiano, um partido que não pretende disputar eleição majoritária não pode ser chamado de partido. Citado como um dos nomes da legenda para encabeçar a disputa, Caiado diz que a decisão será tomada pela convenção nacional da sigla, e que vai trabalhar para disputar a eleição para o Planalto

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Caiado avalia que não tem o menor sentido o União Brasil se abster de candidatura própria a presidente da República em 2026

Em entrevista ao Correio Braziliense, na tarde desta segunda-feira (11/12), o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), falou sobre a expectativa de disputar a eleição para presidente da República em 2026. Segundo Caiado, o União Brasil, na condição de terceiro maior partido do país, com uma bancada de 61 deputados federais e 14 senadores, terá candidato próprio nas próximas eleições gerais, e que vai trabalhar para que seu nome esteja à disposição na convenção nacional da legenda no momento oportuno.

“Eu entendo que o terceiro maior partido do país, se não estiver pretendendo disputar eleição majoritária não é partido. Só enxergo um partido, com essa dimensão, se nós, realmente, tivermos também um projeto de poder. Não existe partido que não tenha essa disputa. Quem não disputa não tem torcida. Então, como que um partido, do tamanho do União Brasil, não vai se preparar para as convenções de 2026? E eu jamais me omiti em dizer que vou trabalhar para poder, tendo a confiança do partido, construindo alianças partidárias, disputar a eleição”, explicou o governador.

Caiado voltou a rechaçar a ideia de que, num primeiro turno, vá haver a união de todos os partidos de direita que integram o espectro político brasileiro na disputa pelo Planalto em 2026. Para o governador goiano, é natural que outros partidos que defendem pautas mais caras à direita também lancem seus candidatos, e citou exemplos de legendas que têm quadros para pleitear a disputa, como o PL, de Valdemar Costa Neto, e o PP do presidente da Câmara Arthur Lira, além do PSD e Republicanos. “Não é possível aglutinar todas as forças em uma única candidatura. É um universo compartilhado com outros partidos”, avalia.

Sobre as eleições municipais do ano que vem, Caiado avalia que as disputas serão regionais e discorda da tese de que a polarização que domina a política nacional vai prevalecer nas disputas nos municípios. Com a experiência de cinco mandatos no parlamento e vencedor de duas eleições para o executivo em primeiro turno, tido como um dos governadores mais municipalistas da história de Goiás, Ronaldo Caiado chama atenção para as peculiaridades de uma eleição municipal, uma realidade, segundo ele, completamente diferente de uma disputa nacional.

“Sou municipalista. A vida como é naquele município não vai ter essa ingerência tão alta do poder federal. A ingerência da polarização nacional influencia, mas não será capaz de decidir as eleições no município. Até mesmo numa capital, o pessoal está mais preocupado com a gestão da cidade. O grande debate mesmo virá em 2026, eleições presidenciais e estaduais. Quanto às eleições de 2024, o debate nacional pode ter alguma influência, mas não será o tema dominante”, sustenta.

Relação com Bolsonaro

Sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), declarado inelegível até 2030 por decisão do Tribunal Superior Eleitoral, Ronaldo Caiado lembrou que o apoiou em 2018 e no segundo turno das eleições de 2022, mesmo sem ter recebido o apoio do ex-presidente, que trabalhou para outro candidato a governador nas eleições do ano passado. Caiado reafirmou sua independência moral, intelectual e política e disse que discordar não quer dizer rompimento, fazendo alusão às discordâncias que teve com Bolsonaro em temas como isolamento social, vacinas e ciência.

“Sou muito tranquilo, sempre apoiei Bolsonaro, apesar de não ter tido apoio dele para governador de Goiás. Mas sempre tive muita independência. Um político com identidade tem que ter independência moral e intelectual, tem que ter força para defender o que acredita, senão é marionete. Não tenho receio de debater com a oposição e nem de discordar dos meus aliados. Tivemos divergências na condução das ações na pandemia, mas eu era o único governador médico do Brasil. Fui o primeiro a fazer portaria pelo isolamento. Pessoa para governar não se diminui ao falar com seu opositor. O debate não tira a beleza do diálogo. Essa é a política que eu sei fazer e a faço com muito amor”, pontuou.

Segurança Pública

Ronaldo Caiado voltou a chamar a atenção para o que ele considera um grave problema enfrentado pela população brasileira, que é a sensação de insegurança que toma o país, principalmente nos grandes centros, como São Paulo e Rio de Janeiro. Citando dados da pesquisa Ipec, que mostra que 71% da população brasileira se sente insegura, Caiado avalia que o que se está discutindo hoje na política são temas acessórios e não o que realmente precisa ser discutido e resolvido, como a segurança pública, que, segundo o executivo goiano, é o grande problema de governabilidade no país.

O governador lembrou que a redução da criminalidade em Goiás é uma realidade, e confirmou as estatísticas que mostram o Estado como a unidade da federação que mais reduziu os índices de violência. Reivindicando sua autoridade sustentada pela redução da criminalidade em Goiás, Caiado insiste que a discussão política tem sido secundária em relação aos temas que efetivamente precisam ser discutidos e que implicam diretamente na vida das pessoas.

“O grande problema que nós temos hoje no Brasil, é que aquilo que afeta a vida do cidadão não é pautado. Então, nós ficamos, muitas vezes, naquela discussão inócua, que não chega no cidadão. Enquanto não se discute o que efetivamente afeta a vida da população, as pessoas sofrem e as facções continuam avançando, tomando conta do país”, lamentou.

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