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Política

Rogério Cruz diz que Goiânia pode fechar no vermelho, e dúvidas sobre disponibilidade de caixa aumentam

O prefeito de Goiânia não detalhou, no entanto, de quanto seria o rombo orçamentário e se esse déficit se estende à disponibilidade de caixa declarada pelo Paço nos relatórios de gestão fiscal do 2º quadrimestre de 2023, encerrado em agosto último

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Prefeito de Goiânia, Rogério Cruz, diz que o Paço deve fechar 2023 no vermelho

Apenas três anos depois de suceder Iris Rezende à frente da administração municipal de Goiânia, oportunidade em que recebeu uma gestão considerada uma das melhores do Brasil em situação fiscal e com cerca de R$ 1 bilhão no caixa, o atual prefeito da capital, Rogério Cruz (Republicanos), surpreendeu a população goianiense e anunciou que, provavelmente, a Prefeitura de Goiânia fechará o ano de 2023 no vermelho. Cruz não detalhou, no entanto, o volume que esse rombo pode alcançar, nem tampouco se isso afetará a disponibilidade de caixa anunciada pelo Paço nos relatórios de gestão fiscal referentes às contas do 2º quadrimestre de 2023, publicados pela própria prefeitura.

O relatório do 2º Quadrimestre de 2023, encerrado em 30 de agosto deste ano, mostra que o município de Goiânia acumulou R$ 1,427 bilhão líquidos no caixa, mesmo com o inchaço da Folha de Pagamento, que cresceu R$ 493 milhões, ou 14,43%, se comparada com os valores apurados até dezembro de 2022.

Com tanto dinheiro disponível, o Paço não conseguiu executar o próprio orçamento para investimentos, ficando muito aquém do previsto. Também no Relatório de Gestão Fiscal (RGF), referente ao exercício de 2022, o município de Goiânia declarou que tinha em caixa cerca de R$ 1,729 bilhão, antes da inscrição do Restos a Pagar Processados e Não Processados. Desse montante, cerca de R$ 999,8 milhões não possuíam nenhuma vinculação, e R$ 729,6 milhões estariam vinculados à Educação, Saúde, Recursos Extraorçamentários e outras vinculações.

Dos R$ 681,6 milhões previstos para a rubrica “investimentos”, em 2023, a gestão de Rogério Cruz empenhou apenas R$ 301,7 milhões, ou 44% da dotação atualizada. Se considerados os valores efetivamente liquidados, ou seja, bens e serviços entregues, o resultado é ainda pior. As despesas liquidadas para investimentos chegaram a apenas R$ 106,9 milhões, o que representa 14,83% do previsto, ou 35,4% do montante empenhado.

A insistência do prefeito em buscar empréstimo de mais de R$ 700 milhões e anúncio de venda de áreas públicas, sob a alegação de aumentar a arrecadação do município, somados a boatos de que o Paço pode enfrentar dificuldades para pagar inclusive a folha a partir do próximo ano, levanta sérias dúvidas sobre os recursos que a gestão municipal vem, reiteradamente, dizendo ter em caixa.

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