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Política

Caiado reafirma desejo de concorrer a presidente da República em 2026

Em entrevista ao podcast Reconversa, o governador goiano disse não ter mais dúvidas de que vai pleitear, dentro do seu partido, o União Brasil, a condição de se viabilizar candidato ao Planalto nas próximas eleições gerais. Como representante da direita racional, Caiado avalia que sua coerência é um diferencial que será avaliado pelo eleitor

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Ronaldo Caiado, governador de Goiás: "o que a gente tem que preservar na vida é a credibilidade"

O governador Ronaldo Caiado (União Brasil) reafirmou, em entrevista ao podcast Reconversa, mediado pelo jornalista Reinaldo Azevedo e Walfrido Warde, seu desejo de concorrer à Presidência da República nas próximas eleições gerais, em 2026. De acordo com o governador goiano, depois de seis mandatos no legislativo e dois mandatos como executivo, chegou o momento de buscar junto ao seu partido a condição de poder estar entre os pré-candidatos ao posto máximo do executivo nacional. O programa foi ao ar na noite da última terça-feira (05/12).

“Eu cheguei num momento da minha vida, com seis mandatos no legislativo, mais dois mandatos no executivo, em que vou buscar junto ao meu partido (União Brasil) a condição de poder estar entre os pretensos pré-candidatos para ser candidato a presidente da República mesmo. Eu não tenho dúvidas. Não tem mais isso de quem sabe, talvez. Não tem essa conversa. Agora, isso daí não é só intenção do Ronaldo Caiado. Isso é a construção de um processo político, de um processo partidário”, explicou. Para o político goiano, é preciso respeitar o processo e que o momento é de conversar com as lideranças partidárias para conquistar uma aglutinação dos partidos políticos em torno desse projeto.

O União Brasil é hoje a terceira maior bancada na Câmara dos Deputados, com 61 parlamentares, e segunda maior do Senado, com 14 senadores. O partido tem ainda três governadores. Caiado é visto por seus correligionários, principalmente os remanescentes do antigo DEM, como o nome com potencial político/administrativo suficiente para se apresentar como candidato a presidente nas próximas eleições. Caiado avalia que, na condição de um grande partido político, com tempo de televisão, recursos suficientes e grandes quadros, o União Brasil tem que estar preparado para lançar seu candidato.

Reconhecidamente um democrata, defensor da ciência e da educação como meio de romper com o ciclo da pobreza, Ronaldo Caiado diz que não teme ser mal compreendido pela direita brasileira, nem tampouco se tornar alvo do bolsonarismo. Para o chefe do executivo goiano, seu estilo sempre direto e coerente não deixa margens para incompreensões, e, ao contrário disso, hoje tem o respeito e o apoio dos aliados de Jair Bolsonaro no Estado.

“O que eu vejo hoje, é que as dificuldades que eu tive no processo eleitoral do ano passado, onde teve um candidato do Bolsonaro a governador de Goiás, defendido por ele, hoje eu tenho a simpatia e o respeito de todos eles, pela minha condição de governador do Estado, pela minha coerência que mantive durante o tempo todo. Isso tudo é que me faz ter esse diferencial na avaliação da população de Goiás, e que traz reflexos para a política nacional”, explicou.

Citando exemplos da melhoria da segurança pública em Goiás e dos avanços no sistema prisional goiano, Caiado avalia que o governante tem que ter coerência e compromisso moral com o cargo que ocupa, e não pode, jamais, usá-lo em proveito próprio.

“Já dizia os mais velhos: não existe homem honesto num dia e desonesto no outro. A pessoa tem que ter compromisso moral com o cargo que ocupa. O político não pode transformar a mesa dele, de governador, por exemplo, em balcão de negócios para ele se enriquecer no cargo”, defendeu.

Reconhecido pelos entrevistadores como um governante profundamente preocupado não só com a segurança pública, mas, sobretudo, com a educação, com a inovação e com a coordenação da economia em Goiás, temas caros a setores ideológicos mais alinhados à esquerda, Ronaldo Caiado rechaçou qualquer semelhança com o presidente Lula, e sustentou que cada um tem seu estilo. O que está defendendo, diz, é que se priorize as pesquisas em todos os setores.

“De forma alguma. Cada um tem o seu estilo. O que eu estou defendendo aqui no Brasil são pesquisas. Onde estão nossos talentos? Onde está essa política de priorizar nossos talentos? Eu acredito na ciência, eu acredito em pesquisas. Se nós somos hoje o primeiro lugar no mundo em agropecuária, é porque nós tivemos talentos no Brasil que desenvolveram técnicas de cultivos para atender as mais variadas condições climáticas que nós temos no país”, lembrou, reafirmando que continua fiel aos princípios da direita racional, como o direito de propriedade, o livre mercado, respeito à ciência e defesa das pesquisas.

Caiado disse, também, que acredita que as pessoas vão refletir um pouco mais sobre o momento político que o Brasil atravessa, e que a elite brasileira terá que ter mais responsabilidade com temas que são caros à sociedade, como segurança,  talentos e a educação, mas não somente no discurso, e sim de realização. Para o governador goiano, a inclusão social é fundamental para a mudança na realidade de vida das pessoas.

“Se eu tenho apoio de 100% dos professores e alunos em Goiás, é porque eles veem o que estamos fazendo, é porque essas pessoas estão sendo bem atendidas e estão se sentindo com perspectivas de vencer na vida. A inclusão social é uma verdade, não é só você ficar dando cartão. Eu não comemora a distribuição de cartão, eu comemoro a emancipação da pessoa”, frisou.

Há quase 40 anos na política, Ronaldo Caiado diz que enfrentará o debate político com autonomia, convicção e altivez, e que não se permitirá ser tutelado pela polarização que ainda persiste no país. “Eu vou tratar assuntos do Brasil como Ronaldo Caiado. Eu sou um homem que não sou tutelado. Eu não tenho cabresto. Eu sou Ronaldo Caiado”, assegurou

Apostando que a direita racional saberá entender a sua posição, o governador de Goiás disse, também, que não pretende mudar o seu comportamento em relação a forma de fazer política. “Defeito velho não é defeito, vira característica. Esse é meu estilo, eu não vou mudar”, e citou um ensinamento do ex-vice-presidente Marcos Maciel, que dizia que popularidade oscila, mas é a credibilidade que o leva ao seu destino. “Então, o que a gente tem que preservar na vida é a credibilidade”, pontuou Caiado.

Ao final do bate-papo, Reinaldo Azevedo, um dos entrevistadores, fez uma observação que soou como elogio ao político Ronaldo Caiado. “Eu adoraria que o senhor fosse o candidato da direita em 2026 para elevar a qualidade do debate político brasileiro”, disse o jornalista. Walfrido Warde emendou: “O Brasil precisa de mais gente pensando naquilo que concorda e menos gente se apegando a discordâncias frívolas. Vi aqui um homem falando de convergência. Fiquei muito impressionado”, elogiou.

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