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Política

Em três anos, Prefeitura de Goiânia investe apenas 3,75% da receita total do município

Apesar do baixo volume de investimentos, o Paço lançou mão de mais de R$ 250 milhões da sua disponibilidade de caixa em 2023. Gastos com pessoal cresceu R$ 681 milhões em um ano

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Prefeito de Goiânia, Rogério Cruz, presta contas à Câmara Municipal. Em 2023, município fechou com déficit orçamentário na ordem de R$ 111 milhões

Números divulgados pela Prefeitura de Goiânia apontam que o município investiu apenas 3,75% da receita corrente total nos últimos três anos da gestão de Rogério Cruz (Republicanos). Ontem (26/03), em sessão na Câmara Municipal, o prefeito prestou contas do último quadrimestre de 2023, ano que encerrou com um déficit orçamentário de R$ 111 milhões.

De acordo com os dados que constam nos relatórios de gestão fiscal divulgados, a Prefeitura de Goiânia, sob a gestão de Cruz, empenhou na rubrica investimentos nos últimos três anos (2021, 2022 e 2023) o valor de R$ 787,82 milhões, para uma receita corrente total de R$ 21,01 bilhões. O valor liquidado para investimentos é um pouco menor, chegando a R$ 759,6 milhões em três anos.

Os valores com dotação atualizada para investimentos, que constam nos relatórios divulgados pelo Paço, somam R$ 2,2 bilhões, o que implica dizer que a gestão de Rogério Cruz conseguiu empenhar apenas 34,9% do total previsto no triênio. Em 2021, primeiro ano do republicano, a Prefeitura previu investir R$ 978,1 milhões, mas empenhou apenas R$ 334 milhões e liquidou R$ 327,2 milhões. Em 2022, foram inscritos como previsão atualizada para investimentos a cifra de R$ 551,5 milhões, e efetivamente empenhados somente R$ 156,3 milhões. O liquidado em 2022 somou 145,9 milhões.

Em 2023, o Paço previu investir R$ 727 milhões, mas conseguiu empenhar apenas R$ 297,4 milhões e liquidar o importe de R$ 269,9 milhões, ou seja, apenas 37,1% do que foi inscrito como dotação atualizada para investimentos, e 3,5% do total arrecadado no ano passado.

Crescimento da Folha

Os números apresentados apontam, ainda, que o gasto com pessoal do Paço cresceu R$ 681 milhões nos últimos 12 meses do ano passado, em relação a 2022, passando de R$ 2,968 bilhões para R$ 3,649 bilhões. O crescimento nominal foi de 22,9%. Em relação às respectivas Receitas Correntes Líquidas apuradas em cada ano, o gasto passou de 43,87% em 2022 para 50,22% em 2023, quase dois pontos percentuais acima do limite de alerta, que é de 48,6%.

De acordo com os dados da própria prefeitura, a despesa bruta com pessoal chegou a R$ 4,513 bilhões, sendo R$ 3,347 bilhões com pessoal ativo, e R$ 1,035 bilhão com pessoal inativo e pensionistas. Excluídas as chamadas “despesas não computadas”, que somaram R$ 864,3 milhões, chega-se ao valor apurado líquido da despesa com pessoal de R$ 3,649 bilhões.

Disponibilidade de Caixa

Apesar de registrar superávit de R$ 28 milhões entre as despesas efetivamente pagas e a receita realizada, o Paço registrou uma queda de R$ 232 milhões na disponibilidade líquida de caixa referente aos recursos não vinculados, apurados depois da inscrição dos restos a pagar não processados. Em 2022, a prefeitura de Goiânia tinha R$ 882,2 milhões no caixa em recursos não vinculados. Em 2023, o valor declarado como disponível em caixa foi de R$ 650,2 milhões.

Em 2023, a gestão de Rogério Cruz (Republicanos) experimentou um déficit orçamentário, apurado pela diferença entre Receitas Realizadas e Despesas Empenhadas, de R$ 111 milhões. O município registrou R$ 8,23 bilhões de receitas realizadas e R$ 8,34 bilhões de despesas empenhadas. As despesas efetivamente pagas somaram R$ 8,2 bilhões.

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