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Artigo de Opinião

Desgastado politicamente, Marconi Perillo (PSDB) sinaliza possibilidade de aliança com Gustavo Mendanha como forma de viabilizar seu retorno à política goiana

O prefeito de Aparecida de Goiânia, hoje sem partido, não confirma que será candidato a governador de Goiás nas eleições do ano que vem, nem tampouco que caminhará com o tucano caso decida concorrer, mas tem realizado encontros com integrantes do PSDB que são muito próximos de Perillo

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Residindo em São Paulo desde a derrota para o Senado nas eleições de 2018, o ex-governador de Goiás Marconi Perillo (PSDB) tem se movimentado no sentido de viabilizar sua volta ao cenário político goiano. Carregando um grande desgaste em sua popularidade em virtude, principalmente, dos maus resultados dos seus dois últimos mandatos à frente do executivo goiano, Perillo busca alternativas para pavimentar uma pretensa candidatura à Câmara dos Deputados em 2022, dizem aliados mais próximos do político.

Uma semana depois dos resultados das eleições majoritárias de 2018, quando foi apenas o quinto colocado para o Senado, Marconi Perillo chegou a ser preso pela Polícia Federal enquanto prestava depoimento no inquérito da Operação Cash Delivery, do Ministério Público Federal, que acusa  o tucano de ter recebido ilicitamente  recursos para suas campanhas eleitorais ao Governo do Estado de Goiás nos anos de 2010 e 2014, em troca, segundo o MPF, de patrocinar os interesses da Odebrecht no Estado, especificamente os interesses da Odebrecht ambiental na área de saneamento básico. Marconi Perillo teria sido beneficiado com o pagamento de R$ 10 milhões, sendo R$ 2 milhões em 2010 e R$ 8 milhões em 2014.

Com a vitória de Ronaldo Caiado (DEM) para o governo e a divulgação da catastrófica situação fiscal do Estado, acumulada pelo fiasco dos governos tucanos, aumentou ainda mais a rejeição de Marconi Perillo em Goiás, o que o levou a se mudar para São Paulo, onde passou a trabalhar para uma grande empresa privada.

Em entrevista ao jornalista Jackson Abrão na última segunda-feira, 1º/11, Marconi Perillo reconhece as dificuldades que teria para se lançar a uma disputa majoritária e diz que o seu partido, o PSDB, tem vários nomes que poderiam encabeçar uma chapa, mas chamou a atenção a forma empolgada que ele fala a respeito do prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha, hoje sem partido.

O ex-emedebista não confirma que será candidato a governador de Goiás nas eleições de 2022 e, nem tampouco, que estaria em vias de formalizar uma aliança com o PSDB de Marconi, mas tem intensificado encontros com tucanos muitos próximos do ex-governador. Antes de deixar o MDB, Gustavo admitiu que havia uma tentativa de união contra Caiado e que, por interesse comum, poderia andar com Perillo.

Nos bastidores, ainda persiste a dúvida se Gustavo Mendanha realmente vai deixar a prefeitura de Aparecida de Goiânia para concorrer ao Governo de Goiás, mas é quase unanimidade entre quem acompanha a política em Goiás a opinião de que, decidindo concorrer, Gustavo Mendanha inevitavelmente estará numa composição de partidos que contará com o PSDB de Marconi.

Como se fizesse um aceno para o prefeito de Aparecida de Goiânia, Marconi Perillo disse noutra entrevista que o PSDB trabalha para ser protagonista nas eleições do ano que vem, mas que se estiver ruim nas pesquisas não terá dificuldades em apoiar um candidato preparado e experiente para fazer, na sua concepção, um bom governo.

É fato, no entanto, que uma aliança Marconi x Gustavo Mendanha dificultará, e muito, a adoção de um discurso que possa privilegiar a ideia de renovação apregoada pela oposição goiana, já que, na prática, representaria a volta do mesmo grupo político rechaçado pelos eleitores nas urnas em 2018.

 

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