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Artigo de Opinião

Iris Rezende, um estadista que age como tal – por Cloves Reges

Na definição do dicionário Houaiss da língua portuguesa, estadista é uma pessoa versada nos princípios ou na arte de governar, que exerce liderança política com sabedoria e sem limitações partidárias. Um estadista não governa para si e nem somente para os seus, mas para todos.

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Dono de um invejável currículo, com mais de 60 anos de uma vitoriosa carreira política, Iris Rezende Machado, prefeito de Goiânia, é o que se pode chamar de estadista. Inaugurou sua carreira política aos 25 anos, quando foi eleito vereador por Goiânia, em 1958. Foi presidente da Câmara Municipal e depois, em 1962, eleito deputado estadual.

Iris Rezende foi também governador do Estado de Goiás por dois mandatos, senador da República, ministro da Justiça e da Agricultura, além de interino de Minas e Energia. Carrega consigo um carisma pouco visto em outras figuras públicas e uma capacidade única de administrar o bem público. “O maior tocador de obras que Goiás já viu”, o reconhece o povo goiano.

Entre outras grandes virtudes, Iris Rezende se diferencia pela coragem de tomar decisões, ainda que elas impliquem em desgaste político. Costuma dizer que um homem público não pode ter medo de tomar decisões. Talvez aí, não obstante sua competência e sensibilidade no trato das questões públicas, resida o segredo da sua vitoriosa carreira como político.

Em 1966, quando assumiu a Prefeitura de Goiânia, Iris encontrou uma administração sem receitas, haja vista que o Estado havia transferido a autonomia para o município, mas não os recursos para o atendimento das demandas da cidade. Iris não titubeou: mandou revisar os valores cobrados do IPTU, especialmente dos imóveis mais valorizados. A grita foi geral, mas Iris não recuou e muito pôde ser feito por Goiânia a partir daquele gesto de coragem do então prefeito da capital.

A 10 dias das eleições para governador, em 5 de novembro de 1982, o então governador de Goiás, Ary Valadão, biônico indicado pelo regime militar em 1978, resolveu ajudar seu candidato (Otávio Lage) e decretou a estabilidade de cerca de 50 mil funcionários públicos celetistas, muitos admitidos dias antes da efetivação. A intenção era criar uma condição favorável ao candidato situacionista que pudesse mudar o quadro da eleição, ou, se este não vencesse a eleição, tornar inviável o governo de Iris Rezende.

Iris, mais uma vez, provou sua coragem para priorizar o ente público e a população do seu estado, em detrimento de qualquer desgaste político que pudesse sofrer. Recorreu à justiça e recebeu autorização para anular o malfadado decreto do seu antecessor.

Por anos, a narrativa tendenciosa desse episódio, totalmente fora do contexto, encontrou eco nos oportunistas para impor a Iris Rezende a pecha de “inimigo do funcionalismo”, afirmação que não encontra respaldo na realidade das administrações irista e cujas distorções o tempo tem tratado de corrigir.

Hoje, no exercício do quarto mandato à frente da Prefeitura de Goiânia, Iris, assim como o mundo, foi surpreendido pela grave pandemia do novo coronavírus. A situação, sem precedentes nos últimos 102 anos, requer muita responsabilidade dos gestores públicos e, sobretudo, muita coragem daqueles que têm a incumbência de decidir por todos nós.

Iris tem comandado o município de Goiânia no enfrentamento à pandemia e, entre todas as medidas já tomadas, o foco das suas ações sempre foi a preservação da saúde e da vida dos munícipes.

Com esse objetivo, o prefeito Iris Rezende determinou que o Hospital e Maternidade Célia Câmara, que estava pronta para ser inaugurada, fosse transformada em hospital de campanha para receber pacientes doentes da Covid-19. Criou a Central Humanizada Covid-19 para prestar os primeiros atendimentos, via telefone, para pacientes com possíveis sintomas da doença, evitando que as pessoas se desloquem para as unidades de saúde, diminuindo aglomerações e exposições desnecessárias ao vírus.

Em virtude de todas as ações tomadas para conter a pandemia e a transparência nos gastos públicos, Goiânia mereceu da ONG Transparência Internacional o reconhecimento de segunda melhor capital brasileira no ranking das medidas adotadas para o combate ao coronavírus.

Como estadista que é, Iris Rezende não se curva a pressões, mas, sem dúvidas, é sensível ao pleito daqueles que reivindicam o direito de buscar no trabalho o alimento para suas famílias. Um novo cronograma de flexibilização das atividades comerciais em Goiânia foi estabelecido. A reabertura dar-se-á de forma gradual e segura, respeitando os protocolos de saúde instituídos pelas entidades competentes. O cumprimento das regras pré-estabelecidas em decreto será objeto de rígida fiscalização.

Quem conhece Iris Rezende sabe que ele não olha para um lado só, não é intransigente e não busca protagonismo onde o que se pretende é salvar vidas. O olhar de um grande estadista vislumbra o todo. A saída desordenada do isolamento tem piorado o cenário, não pela abertura em si, mas pela falta de protocolos de segurança para evitar a disseminação do novo coronavírus. Sem renda, boa parte da população preferiu o risco do coronavírus ao flagelo da inanição.

Diante disso, com a coragem que lhe é peculiar, Iris Rezende propôs a flexibilização de forma  segura e a decretação de protocolos rígidos de segurança a serem adotados e cumpridos pelas empresas e colaboradores, a fim de se evitar a propagação do vírus.

É fato, também, que a participação da população nesse processo de reabertura segura é fundamental. Devemos todos ter a consciência de que a atitude de cada um refletirá no resultado final da pandemia, mal que aflige a todos nós, sem exceção.

Cloves Reges é editor do blog Opinando

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