O ex-presidente Jair Bolsonaro, inelegível até 2030 por força de duas sentenças do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), se negou a apontar o nome ideal para representar a direita nas eleições de 2026. O liberal preferiu o discurso de que está sendo injustiçado e deu a entender que ainda pode reverter as condenações para que tenha condições de, ele próprio, disputar a próxima eleição presidencial. Bolsonaro foi entrevistado na Rádio Gaúcha, de Porto Alegre-RS, na última quinta-feira (16/11).
Bolsonaro rechaçou o termo extrema-direita e disse que representa a direita, muito embora seja visível o comportamento radical e distante do espectro moderado da direita. Ao final da entrevista, depois de muita insistência dos entrevistadores, Bolsonaro admitiu que Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo, Ronaldo Caiado, governador de Goiás, e Romeu Zema, governador de Minas Gerais, são bons nomes que a direita brasileira tem.
“Primeiramente, eu queria que o pessoal dissesse quem representa a extrema-direita no Brasil, e quais são as bandeiras dessa extrema-direita. O pessoal quer rotular a gente por coisas que nós não somos. Eu não sou a única pessoa para concorrer a esse cargo. Tem gente boa, mas eu gostaria de concorrer, até pelo legado que nós deixamos (sic). O povo, grande parte da população, tem saudades da gente”, defendeu. Com a insistência da entrevistadora para saber se existe um plano B, o ex-presidente foi enfático e disse que vê chances de reverter a decisão do TSE. “Acredito que dê para rever isso (a inelegibilidade)”, frisou.
Jair Bolsonaro demonstrou insatisfação com o governador de São Paulo, Tarcisio de Freitas (Republicanos), um dos seus principais aliados, em virtude da proximidade de Freitas com o governo Lula. O governador paulista apoiou a Reforma Tributária, uma pauta que Bolsonaro credita ao governo Lula e diz que é ruim para o país. Além disso, o ex-presidente ficou incomodado com o fato de Tarcísio aparecer ao lado de Fernando Haddad (PT), ministro da Fazenda do governo Lula.
“Não, não tá tudo certo com o Tarcísio não. Eu não mando no Tarcísio. Ele é um baita de um gestor. Politicamente ele dá suas escorregadas. Eu jamais faria certas coisas que ele faz com a esquerda, mas um governador depende do governo federal. Ele não pode se afastar do governo federal”, disse.