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Política

Para aliados da extrema-direita, o melhor cenário é Bolsonaro na cadeia, diz colunista do UOL

Reinaldo Azevedo avalia que bolsonaristas estão considerando que o “mito” preso seria capaz de mobilizar uma poderosíssima campanha eleitoral que beneficiaria aliados espalhados por todo o Brasil. “Seria excelente que fosse em cana antes ainda do pleito de 2024, desde que Michelle pudesse continuar a viajar o Brasil como a viúva de um vivo”, diz o colunista

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Segundo colunista do UOL, aliados de Bolsonaro estariam mais preocupados com a própria estratégia do que em defender o líder

Ao comentar o fiasco do ato público convocado por aliados de Jair Bolsonaro (PL), realizado na Avenida Paulista, na cidade de São Paulo (SP) neste domingo (26/11), o colunista do portal UOL Reinaldo Azevedo levantou a hipótese de que os representantes da extrema-direita, principalmente aqueles que se locupletaram da popularidade do ex-presidente, estariam trabalhando efusivamente pela prisão do “mito”, de preferência antes do pleito de 2024. A fórmula, diz o jornalista, seria poderosa e permitiria que Bolsonaro fosse tratado como preso político, o que poderia transformá-lo em mártir dos bolsonaristas.

Azevedo avalia que a manifestação convocada por figuras influentes nas redes sociais, que reuniu cerca de 13 mil pessoas, era uma verdadeira pegadinha para Bolsonaro, e que os discursos inflamados, com ataques ao Supremo Tribunal Federal e ao ministro Alexandre de Moraes, além da contestação ao resultado das urnas, poderia ter consequências desastrosas para Bolsonaro, caso ele tivesse comparecido.

“Jair Bolsonaro apoiou a manifestação, mas não compareceu. Seus aliados mais barulhentos disseram coisas do arco da velha. Vocês sabem o que penso sobre este senhor. Mas nunca afirmei que seja burro. É até bastante esperto. Não é possível que ignore que o jogo da turma do “pega-pra-capar” é vê-lo na cadeia para que se transforme em mártir e chamariz de votos”, deduz o colunista.

Para Reinaldo Azevedo, os temas abordados no ato público, como a contestação do resultado da eleição, feita pelo ex-ministro de Bolsonaro, Ricardo Salles, assunto que tem sido evitado por Bolsonaro, mostra muito claramente que os aliados do ex-presidente querem que ele entre em rota de colisão com o STF e seus ministros e assim acabe dando subsídios para que seja decretada sua prisão preventiva.

“Quando vejo a agenda desses que se querem do “bolsonarismo-raiz”, a insuflar em termos e proposições inaceitáveis o confronto de seu líder com o STF, só posso entender que estão mais ocupados com a sua própria estratégia de poder do que em defender o seu “líder”. Se este resolvesse ser a “vanguarda” das postulações que os barulhentos acham legítima, acabaria por ser enquadrado no Artigo 312 do Código de Processo Penal, o que poderia resultar na sua prisão preventiva”, explica Azevedo.

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